30/12/2015
Equilíbrio para grandes desafios
o brasil passou por um período de aquecimento na área de infraestrutura nos últimos anos e o mercado de seguros de grandes riscos acompanhou essa guinada, especialmente no que diz respeito aos riscos de engenharia. porém, com recente declínio econômico no país e as denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras, esse mercado parece ter arrefecido. a realidade de 2015 traz questionamentos sobre quais serão os próximos passos do mercado de seguros para conseguir manter estável uma carteira que está diretamente a estes caminhos.
o mercado de seguros e resseguros na américa latina tem apresentado crescimento de dois dígitos nos últimos anos, diferente dos “mercados maduros”. bom exemplo é o brasil, que representa aproximadamente 50% do mercado regional, e atingiu crescimento significativo nos últimos cinco anos, com dinâmica independente da evolução do pib do país.
com isso, cada companhia de seguros tem utilizado suas próprias maneiras de desenvolver os programas. “no modelo de negócio da agcs, a estratégia é regional. portanto, mesmo que o brasil passe por momentos de crise, conseguimos continuar atuando e crescendo nos países vizinhos”, acredita patricia marzullo, diretora regional de engenharia para a américa do sul da agcs.
apesar das instabilidades, o otimismo prepondera porque países como méxico, colômbia e peru, e em alguma medida chile, vêm experimentando crescimento de emprego e renda, expansão da classe média e presença de smes (dinheiro europeu) na economia, o que é positivo para o mercado de seguros e resseguros em geral. isso não quer, necessariamente, dizer que as companhias têm deixando de investir em grandes riscos no brasil, mas que parecem estar mais cautelosas.
maurício masferrer, diretor executivo de p&c, entretenimento e m&a da corretora aon, lembra que embora os riscos de engenharia sejam parte importante, há outras áreas que beneficiam o ramo. há toda a parte industrial que demanda colocações de grande porte e resseguro, como as siderurgias, minerações etc. e, de acordo com o executivo, essa parte continua demandando como sempre demandou. “de qualquer forma, o setor sofre um pouco com isso. o país não vai parar de crescer. tivemos uma interrupção, mas esperamos uma gradual melhora em 2016 e 2017, principalmente na questão industrial e na construção de estradas e portos”, acredita.
em época de crise, outro fator que pode ser determinante para o mercado é a legislação. a brasileira faz pouca diferenciação efetiva de clausulado entre o que é risco massificado, pequeno ou o grande risco. muitas vezes eles têm o mesmo tratamento jurídico quando são formas de contratação diferentes. “uma coisa é a contratação massificada, na qual o segurado não tem muito acesso à possibilidade de modificação, outra coisa são os grandes riscos que, muitas vezes precisam ser objeto de extensa legislação e análise. mas o tratamento parece ser o mesmo”, conta marcia cicarelli barbosa de oliveira, sócia da jbo advocacia. o controle da susep também entra na fala da advogada como sendo, em certos casos, “excessivo”. ela lembra que essa regulação é importante e legítima, mas que pode acabar engessando o mercado e impedindo que os clausulados sejam mais flexíveis e, por isso, mais adequados a cada caso. “na espanha, por exemplo, há uma clara distinção na liberdade que se dá às empresas para elaborarem as condições da apólice, assim como no chile a partir de um determinado valor de apólice. tratar os contratos respeitando suas diferenças é uma tendência mundial”, compara.
os números computados pela susep sobre a carteira vão até março desse ano e tem indicativos de que alguns negócios na área de riscos de engenharia estão caminhando, provavelmente obras iniciadas ou em negociação. “no segundo semestre a gente ainda vê o mercado de engenharia com acontecimentos, mas temos percebido a demora no início de obras. não sabemos quando elas realmente começarão”, destaca felipe smith, diretor executivo de produtos pessoa jurídica da tokio marine.
o que parece manter o mercado otimista é saber que as obras de infraestrutura precisam ser feitas no país e que ainda há capacidade das empreiteiras de entregarem o que foi contratado. isso mantém o apetite das companhias seguradoras, que embora mais cautelosas, esperam o momento certo para negociar. smith diz que a própria tokio marine tem em sua carteira obras já fechadas, aguardando apenas o aval dos contratantes para serem iniciadas.
a autarquia também deverá fazer uma movimentação em relação a esses fatores. o mercado de d&o, por exemplo, reagiu no sentido de discutir e pedir revisões de coberturas obrigatórias que, acreditavam, impediam o produto de circular de maneira mais sadia. esse pedido está aguardando a decisão final, mas márcia acredita que o órgão regulador deverá entender a seguradora. “são coberturas demais que, muitas vezes, podem ser contratadas em outras apólices. acho que esse excesso de regulação, como dito anteriormente, vai contra o mercado mundial, onde há uma preocupação em estabelecer princípios, mas não ter uma regulação de clausulado tão limitadora”, analisa.
outras áreas
as grandes empresas, de maneira geral, são contratantes em potencial de apólices de grandes riscos, seja qual for sua área de atuação. os riscos nomeados, dirigidos especialmente a grandes empresas industriais, e os seguros de propriedade, também estão em um ritmo menor de crescimento de vendas, de acordo com smith, mas o executivo acredita que o ramo mais afetado por esse declínio deva ser o de seguros de transporte. “essa carteira tem diminuído. vemos uma desaceleração na movimentação de carga, por conta da situação atual das importações e exportações e também no transporte interno. a economia desaquecida movimenta menos mercadoria e menos prêmios são arrecadados pelo mercado. essa é uma das carteiras mais rapidamente afetadas, porque o transporte é bastante atrelado à economia”, afirma o executivo, que diz que a própria área da tokio marine percebeu essas mudanças.
a grande diferença entre as carteiras que conseguem se manter estáveis e as que sofrem mais o impacto da crise é a quais fatores elas estão atreladas. se não há mercadoria, não há transporte de cargas. masferrer explica que “quanto aos riscos patrimoniais das empresas, a contratação continua aquecida porque você não vai construir algo novo, mas precisa fazer o seguro do imóvel”, esclarece.
para entender como o mercado vem funcionando, não é possível se ater a apenas um segmento. renato rodrigues, country manager da operação de seguros do xl catlin para no brasil, esclarece que, analisando a área de grandes riscos como um todo, a queda não é generalizada nas solicitações. “no caso das linhas de d&o e e&o, nota-se, inclusive, crescimento. são linhas que geralmente têm maior contratação em tempos de desaceleração econômica e que fazem parte das coberturas de grandes riscos. dados de mercado indicam que nessa área houve crescimento de mais de 30% no volume de prêmios no primeiro trimestre”, explica.
patrícia afirma que a agcs, desde o período pré-eleitoral, já notava uma redução no número de projetos de construção no brasil, prejudicando o seguro de riscos de engenharia mas, principalmente, levanto junto as carteiras de responsabilidade civil de obras. “como nossa operação é regional, para a américa latina, não sentimos um impacto acentuado, pois recebemos uma demanda importante de obras de infraestrutura de outros países”, afirma.
pulverizar os riscos é um ganho das companhias seguradoras que atuam globalmente. elas não dependem das demandas de um único país e podem manter suas carteiras sustentáveis. contando também com os contratos de resseguros e cosseguros, muito comuns para esse tipo de risco, os investimentos ficam ainda mais seguros. mas esses acessos às apólices dependem da maneira como as companhias conduziram sua operação até o momento da crise. smith acredita que não há muito segredo para conseguir as renovações de resseguro, mas é preciso bastante trabalho. “a dificuldade é do mercado como um todo. algumas seguradoras enfrentam mais empecilhos porque podem ter sido agressivas demais nas suas aceitações de risco anteriormente”, pontua. é verdade que as resseguradoras podem estar mais seletivas mas, para o executivo, elas só serão assim se notarem que a estratégia de aceitação de risco é sólida.
o executivo da aon endossa essa visão. para ele, quando o mercado de resseguros foi aberto, em 2007, era muito líquido e aceitava a maioria dos riscos. hoje, alguns riscos têm mais ou menos facilidade. “o que está crescendo são as boas condições aos bons clientes. aqueles que têm políticas de risco adequadas e se comportam bem no mercado têm facilidade de aplicar o risco”, esclarece masferrer.
o peso das denúncias para o mercado
deflagrada em 2014, os esquemas de corrupção que originaram a operação lava jato parecem ter mexido com esse mercado. é sabido que as apólices de d&o sofreram alterações, especialmente as que cobrem empresas diretamente ligadas à investigação. o seguro de garantia de obra também foi outro produto afetado, já que o mercado de engenharia desaqueceu e as construções estão demorando a serem entregues, com altas em seus valores. isso faz com que as seguradoras repensem seus riscos. “vejo que o d&o fez alterações, mas não tem sofrido tanto, mas o seguro garantia não deveria ter o alto índice de sinistralidade que estou vendo em algumas companhias. é possível que as seguradoras mudem seus clausulados para restringir riscos e exposições às quais elas não queiram dar cobertura”, salienta marcia.
o que o mercado procura fazer é estar alheio às questões políticas e focar exclusivamente nos desafios econômicos que estão por vir, oferecendo suporte a seus contratantes. os corretores são peças fundamentais para que isso ocorra. as construtoras não parecem estar em uma “lista negra” das seguradoras, mas elas querem clientes saudáveis. “estamos analisando o risco e continuaremos a fazer isso. os bons clientes terão acordo. a aceitação não depende da área, depende do risco. a construção de uma ponte tem seus riscos específicos e, dentro disso, queremos saber quem vai fazer e quais políticas internas a empresa adota”, destaca o executivo da aon.
a tokio marine também procura enxergar o momento economicamente. “há várias obras já negociadas, mas o aval do contratante para iniciá-la está apenas ligado ao momento do brasil, que precisa de obras de infraestrutra e aceleração na indústria. é um problema momentâneo e nós vamos passar por ele. enquanto isso, cautela e paciência são necessárias”, indica smith.
o seguro garantia de performance, que é o que se aplica a grandes projetos de obras, foi afetado. mas o seguro garantia do tipo judicial, usado para substituir depósitos em juízo, tem aumentado, também como reflexo da crise, que está favorecendo a maior contratação desse tipo de seguro. “porém, simultaneamente houve a saída de alguns players dessa área, equilibrando o mercado”, opina rodrigues.
permanência no ramo
o momento é de decisão estratégica. há seguradoras prontas para fazer aquisições de carteiras de grandes riscos e outras prontas para vendê-la, como foi o caso da itaú seguros, que vendeu sua participação à ace no início do ano. a tokio marine participou ativamente dessa disputa e, embora não tenha conseguido a aquisição, não perdeu o apetite para novas oportunidades. “não é segredo que tentamos adquirir a carteira da itaú e o legado disso foi o reforço da estrutura da companhia”, declara.
outras ainda adotam a parceria como meio para fortalecer a atuação, como a parceria estabelecida entre axa e sulamérica. carlos alberto trindade filho, vice-presidente de auto, ramos elementares, vida e previdência da sulamérica, declarou à revista apólice que “o acordo é a extensão de uma parceria que existe desde 2006. “continuaremos responsáveis pela distribuição comercial da carteira de grandes riscos para todos os nossos corretores. eles seguem sendo os distribuidores em todos os canais com os quais a companhia trabalha, pois são nossos grandes parceiros e estão no dna da companhia. permanecemos, assim, como uma companhia multilinha, com soluções completas de proteção e distribuição de todos os produtos, inclusive os de grandes riscos”.
já para a agcs, o objetivo é trabalhar constantemente no desenvolvimento de novos produtos que atendam às necessidades de cada cliente. “à medida que eles são desenvolvidos em nossa matriz, trabalhamos para trazê-lo para nosso país e oferecermos aos nossos clientes, como cyber e weather solutions”, mas a ideia é manter a operação como está, já que patrícia afirma que no momento não há planos de aquisição por parte do grupo.
a advogada marcia, sinaliza que o primeiro movimento é de concentração, pois diversas empresas estão reavaliando suas carteiras de grandes riscos, focando em fatores como subscrição e taxas de sinistralidade, mas isso deverá trazer um incremento nas faixas de prêmios. “as taxas estavam muito baixas. empresas operavam com valores que não eram coerentes com os riscos. aumentar as taxas e as reservas poderá fazer com que o mercado amadureça. pode diminuir a competitividade, mas torna o mercado mais sério”, analisa.
o brasil é um mercado em evolução. as empresas vivenciam uma acentuada curva de aprendizado e há oportunidade de tirar vantagem do benchmark internacional, conforme acredita o country manager da xl: “temos sido testemunhas de um forte movimento de capacitação de gerentes de risco, de busca por novas tecnologias e de crescente consciência sobre a importância da seguradora como parceira do negócio. outro driver importante é a internacionalização da nossa economia e, por consequência, sua maior exposição a mercados mais maduros”, conta.
o conhecimento é crucial para atuar em grandes riscos. não basta apetite, mas a administração também é importante, além do planejamento no longo prazo. “possivelmente, as seguradoras que irão operar nessa área são as que atuam no mundo todo. nesse mercado há anos bons e anos com terremotos, tsunamis, enchentes, tufões etc. é um jogo para quem sabe jogar e para entrar e ficar, ter apetite para tempos bons e ruins”, finaliza smith.
ou seja, a indicação dos entrevistados é que as soluções para driblar a crise na área de grandes riscos são parecidas com as apólices que elas promovem: precisam ser flexíveis, com entendimento dos riscos de mercado, alinhar a relação com o corretor e promoção boas práticas. “mas o mais importante é ouvir atentamente nossos clientes e corretores a fim de entender de fato seus riscos e, juntos, criarmos a solução de seguro adequada para suas necessidades”, finaliza rodrigues.
fonte: revista apólice
30/12/2015
Expectativa é de mudança de rumos em 2016, diz vice-presidente da Anbima
o ano de 2016 começa com expectativa de alguma virada diante de um cenário tão ruim, afirma carlos ambrósio, diretor-presidente da gestora claritas investimentos e vice-presidente da associação brasileira das entidades dos mercados financeiro e de capitais (anbima). “são vários cenários, de a dilma ficar ou de um impeachment com posse do vice michel temer ou impugnação da chapa pelo tse, ou da presidente perder o apoio e renunciar, mas vai ter de acontecer alguma coisa em 2016, estamos chegando num ponto de inflexão que algo vai ter de ocorrer para o país voltar aos trilhos”, afirma ambrósio.
esta é a leitura otimista, diz o executivo. a pessimista é que a indefinição se prolongará mais ao longo do ano. “e o país não consegue sobreviver com um período de indefinição tão grande”, diz.
eleições municipais
as eleições municipais tendem a ser um importante catalizador para uma definição política para o país, avalia o executivo, pois o resultado refletirá a aprovação do governo nas urnas das cidades. de qualquer maneira, a instabilidade do cenário político é impressionante e se reflete nos mercados financeiros. “e ainda se soma a essa instabilidade o imponderável da operação lava jato”, afirma ambrósio.
sem espaço para grandes manobras
para coroar a indefinição, houve a troca do ministro da fazenda, joaquim levy, pelo do planejamento, nelson barbosa. mas, apesar da mudança, o próprio ministro deve ter consciência de que não terá liberdade para ser muito criativo na política econômica. “o problema de hoje veio de políticas fiscais mais flexíveis do passado e não dá para repetir o erro”, diz ambrósio. “não há muita margem de manobra para gastos e, ao mesmo tempo, não há apoio para medidas mais populistas, por isso a situação não deve se deteriorar mais”, afirma. “o problema é que a maior deterioração hoje é ficar parado”.
para ambrósio, o limite para novas medidas populistas é um sinal também de que as instituições brasileiras estão funcionando e impõem restrições à irresponsabilidade fiscal.
investimento no exterior deve crescer
sobre as estratégias de investimentos, ambrósio diz que 2015 foi o ano da diversificação, com alocação maior lá fora. “foram aplicações positivas não só pela alta do dólar aqui como pelo desempenho dos ativos no exterior”, explica.
já em 2016, aplicar lá fora vai continuar sendo importante, nem tanto pelo câmbio, mas pelo crescimento maior que no brasil. “vai ter oportunidade no mercado local em renda fixa e em algumas apostas mais pontuais em ativos de risco”, diz.
multimercados devem seguir brilhando
haverá portanto algum espaço para a diversificação, já que os fundos hedge ou multimercados devem ter desempenho bom por seus investimentos em câmbio e pela volatilidade maior dos mercados, que deve criar oportunidades em outros ativos. “mas vai ser preciso ser mais seletivo na escolha dos gestores e fundos, pois nem todos conseguirão aproveitar as oportunidades e os prêmios que ela vai trazer”, diz.
será preciso também ter paciência para colher os frutos da diversificação, que podem demorar a surgir e, antes, o mercado pode ter reviravoltas. “é fazer a alocação e aguardar”, diz ambrósio, lembrando que movimentos de curto prazo são arriscados para o investidor. “para quem não tem paciência, o melhor é ficar na selic, que continua com um ganho muito bom, acima de 14% ao ano”, observa.
maior tributação para juros diários
mas, nesse caso, o investidor precisa ter consciência de que não vai aproveitar as oportunidades e ainda poderá ter um imposto de renda maior caso a nova tributação da renda fixa proposta no congresso passe. se passar, todas as aplicações atreladas ao juro diário, seja selic, seja cdi, pagarão até 25% de imposto e terão alíquota mínima de 17,5% após três anos. “e isso vai impactar a maior parte dos recursos e o fluxo de caixa das empresas e das pessoas, que está aplicações com em juros diários”, lembra ambrósio.
a medida vai acabar atingindo os recursos antigos, pois o estoque também estará sujeito às novas alíquotas mais altas. o aumento do tributo terá impacto sobre os empréstimos, aumentando a cunha fiscal e neutralizando o efeito da taxa de juros.
juro deve subir em 2016
ambrósio acredita que o juro básico deve subir no ano que vem, mas seu efeito sobre a inflação será discutível. “o efeito do juro será menor pelo problema fiscal, que vai continuar e é o que realmente deveria ser resolvido”, diz. “mas, diante de um cenário em que não dá para resolver o fiscal, o banco central também não pode ficar parado com as expectativas de inflação disparando”, afirma.
ano difícil para fundos
para o setor de fundos, 2016 deve ser um ano tão difícil quanto 2015, mas com oportunidades para alguns segmentos, como de fundos hedge, ou multimercados, que tentem a render mais e atrair mais recursos. e os sinais iniciais são de dificuldade para a bolsa, pelos juros altos e pela expectativa de nova queda no pib, de 2,5% no ano que vem.
porém, a possibilidade de mudanças radicais no cenário político levaria o mercado acionário a ter momentos muito positivos, com o interesse dos estrangeiros voltando e o investidor local retomando as aplicações de risco. por isso, o ideal para o gestor e para o investidor é fazer um orçamento conservador e com liquidez para, caso o cenário mude, poder aproveitar as oportunidades.
tendência de concentração de gestores
o ano terá ainda a entrada em vigor da instrução 558 da comissão de valores mobiliários (cvm), que estabelece regras mais duras para a montagem e funcionamento de gestoras independentes. por isso, a expectativa é de consolidação, movimento que já está ocorrendo este ano e deve continuar em 2016.
as novas regras para aplicação no exterior, que aumentaram os limites para fundos de varejo investirem no mercado externo, devem também continuar estimulando a aplicação lá fora. “demora um pouco, pois há um certo desconhecimento, mas daqui um ano podemos ter uma cultura mais disseminada e um aumento do volume lá fora”, diz ambrósio.
há ainda as mudanças nos fundos de previdência privada, que entram em vigor também no ano que vem, e preveem maior liberdade para esses fundos aplicarem em ações e no exterior. o problema é o momento ainda ruim para a bolsa, mas a mudança vai permitir maior diversificação no futuro.
fonte: advfn por arena do pavini
18/12/2015
Setor de seguros deve desacelerar no Brasil em 2016, prevê CNseg
para 2015, a estimativa é de crescimento de 11%.
em automóveis, a previsão é de alta de 3,9% em 2016.
o mercado brasileiro de seguros deve crescer 10,3% em 2016, desacelerando em relação a 2015, estimou nesta quinta-feira (17) a cnseg, entidade que representa o setor. para 2015, a estimativa é de crescimento de 11%.
"dentro do que aconteceu com a economia foi até um ano bom", disse a jornalistas o presidente da cnseg, jayme garfinkel. para o próximo ano, o executivo disse que a expectativa para ramos como seguros de pessoas é positiva. segundo ele, a crise leva à preferência por coberturas de menor valor.
"eu vejo estabilidade do setor. temos como nos ajustar a isso", disse o executivo. ele apontou como desafios potenciais nos próximos meses o possível aumento de fraudes e a redução de segurados em ramos como saúde.
para garfinkel, o recesso parlamentar que pode adiar o processo de impeachment contra a presidente dilma rousseff tende a impactar a economia e, consequentemente, o setor.
em ramos elementares, que incluem cobertura a danos sobre objetos ou pessoas, a entidade projeta aumento de 5,2% em volume de prêmios no próximo ano, mesmo nível deste ano. em automóveis, a previsão é de alta de 3,9% em 2016, ante 3,5% em 2015. já para seguro habitacional, a previsão é de alta de 12% no ano que vem, ante 16% projetados para 2015.
a cnseg também vê desaceleração para saúde suplementar, com expectativa de crescimento de 11,4% no ano que vem, contra um avanço de 13,2% no fechado de 2015.
a entidade realiza eleições para nova diretoria nesta quinta-feira, com chapa única e tendo o presidente da bradesco saúde, marcio coriolano, como candidato à presidência, que deve assumir em 8 de fevereiro, segundo a entidade.
garfinkel assumiu interinamente a presidência, após a morte do presidente marco antonio rossi, num desastre aéreo, em novembro.
fonte: reuters
24/11/2015
VGBL sustenta o faturamento do setor de seguros
a exemplo dos últimos meses, a boa performance dos produtos de acumulação financeira como vgbl vem sustentando o crescimento do setor de seguros. de acordo com a edição de novembro da carta de conjuntura do setor de seguros, publicação assinada pelo sincor-sp (sindicato dos corretores de seguros no estado de são paulo), no acumulado dos três primeiros trimestres de 2015, o faturamento do setor de seguros, com vgbl e sem saúde suplementar, conta com alta de 14%.
contudo, quando considerados somente os produtos típicos de seguros, como automóvel, pessoas e residencial, por exemplo, a variação acumulada é bem menor, girando em torno dos 6%. o avanço, portanto, está abaixo da inflação registrada no mesmo período, em quase 10%. desmembrando aquele percentual por tipo de produtos, o seguro de pessoas cresceu 9%, ao passo que a evolução do ramo de seguros elementares foi de 4%.
segundo a carta de conjuntura, sofrendo influência direta da crise econômica, o mercado de seguros deve desacelerar, de modo que a estimativa para 2015 é expansão de aproximadamente 7%, sem saúde suplementar, abaixo dos 10% registrados em 2014. com acréscimo dos produtos de saúde e vgbl, a perspectiva é ficar entre 10% e 15%, mantendo os dois dígitos de exercícios anteriores.
é assim que dedicação, criatividade, empreendedorismo e muita determinação são as recomendações do presidente do sincor-sp, alexandre camillo, para superar esse momento desafiador da economia. “precisamos ter em mente que estamos e continuaremos entre as dez maiores economias do mundo. além disso, o consumo de seguros ainda conta com muito espaço para crescer. é por isso que ouvir o corretor de seguros, capacitá-lo e apontar oportunidades tem sido uma das diretrizes do sincor-sp”, finaliza camillo.
carta de conjuntura novembro de 2015
http://www.segs.com.br/carta_de_conjuntura_novembro_web.pdf
o objetivo da carta de conjuntura do setor de seguros é avaliar mensalmente o mercado e seus setores relacionados (resseguro, capitalização etc), considerando suas tendências e projeções. além disso, aborda a sua correlação com aspectos macroeconômicos do país e com outros segmentos da economia.
fonte: alberto zambrana